Pai diagnosticado com doença rara se emociona ao receber visita da filha no HRN

Encontro foi permitido respeitando todos os protocolos de segurança
Há mais de dois meses, Ismael Eugenio da Rocha, de 29 anos, não via a filha. Diagnosticado em julho com porfiria, doença neurodegenerativa rara que afeta o sistema nervoso e outros órgãos, Rocha está internado desde o dia 29 de maio na Unidade de Cuidados Especiais (UCE) do Hospital Regional Norte (HRN), unidade vinculada à Secretaria da Saúde (Sesa) e administrada pelo Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH).
O paciente pediu à equipe para ver Sara, de 5 anos, como presente de Dia dos Pais, comemorado nacionalmente neste 8 de agosto. A visita foi concedida respeitando todos os protocolos de segurança. Assim, pai e filha puderam se reencontrar na recepção da UCE, fora do leito, para evitar o contato da criança com outras pessoas internadas.

 

 

No encontro, sobrou emoção. “O papai disse ‘eu te amo’ bem baixinho quando eu dei um abraço nele”, conta a criança. Como presente do Dia dos Pais, a menina trouxe uma cartinha e uma foto para que o pai “guarde ao lado da cama e fique bom logo”.

Doença neurodegenerativa

A doença genética de Rocha compromete o movimento de todo o corpo. Por isso, ele está passando por um processo de reabilitação. “Estou muito feliz e emocionado. Ver minha filha me motiva a me recuperar”, diz o paciente, apesar da dificuldade na fala em virtude de uma traqueostomia, procedimento que facilita a respiração.

A esposa, Francisca Sales de Sousa, de 27 anos, acompanha Rocha no hospital. Ela também afirma estar emocionada com a visita da filha. “Fiquei muito feliz. Estava com saudades porque estou há dois meses longe dela”. Enquanto o pai se recupera, Sara está na casa de uma tia em Campanário, a 80 km de Sobral.

Reabilitação prolongada

A coordenadora de Enfermagem da UCE, Thalianne Brito, ressalta que o paciente precisa de uma reabilitação prolongada. Como forma de ajudá-lo a reduzir a ansiedade e aderir ao tratamento, os colaboradores quiseram satisfazer o seu desejo. “A equipe quis proporcionar algo que ele desejava, que era ver a filha, para fortalecer o engajamento do paciente”, pontua.

Avaliação da equipe multiprofissional percebeu que a visita da filha seria importante para o processo de recuperação do paciente. “Ele está consciente e orientado. Passa por um longo processo de reabilitação. O distanciamento familiar e a restrição de sua rotina estão diretamente relacionados à sua saúde mental e à forma como ele lida com a hospitalização e o diagnóstico. A visita da filha pode fazer com que ele lide com a internação e o tratamento de outra forma”, avalia Raiza Ribeiro, psicóloga do HRN, destacando que visitas de crianças já aconteciam na unidade antes da pandemia de Covid-19.

SESA

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